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Exposição

MULHERES EM LUTA

2ª EDIÇÃO

Adriele Oliveira     

Aina   

Amanda Castro 

Anna Souza

Ane

Francine Ferreira

Júlia Kano

Juliana Bueno

Lary Valencise

Patrícia Tolfo

Sofia Sartori 

@sub__versiva

Texto curatorial

As raízes que cercam as desigualdades de gêneros nos envolvem em papéis sociais que uma vez amassados, refletem as veias de uma organização pautada na figura do homem branco e hétero. Divisões de trabalhos no cerne familiar, julgamentos incoerentes quando tratados sobre posturas semelhantes mas de gêneros opostos, rivalidade feminina imposta desde crianças e modelos a serem seguidos. As vidas das mulheres vão além dos índices de feminicídio, são caminhos tortuosos mascarados por ganhos pontuais a fim de que não se abale a estrutura cervical dos nossos problemas. Uma estrutura em que coloca-se no centro as figuras masculinas, inviabilizando suas inúmeras posturas degradantes em relação às múltiplas vivências que fogem da realidade patriarcal. Nossos direitos são frutos de lutas travadas por milhares de mulheres que enxergaram, mesmo dentro de realidades diferentes, as forças que calavam, oprimiam e deslegitimavam suas vivências e vontades. Podemos citar o movimento sufragista como um dos precursores da atividade democrática feminina, iniciado em 1867 na Inglaterra e 1869 nos Estados Unidos, tendo como contexto a industrialização e urbanização do século 19, o que está alinhado com a mudança do trabalho de mulheres dentro das fábricas. No Brasil, a luta pelo acesso a educação, igualdade salarial e participação democrática marcaram as lutas das mulheres desde o Império (1822-1889) e hoje desaguamos em práticas consideradas naturais, onde muitas vezes, nos esquecemos que são conquistas de movimentos feministas.

Nas artes, Linda Nochlin em 1971 se perguntava “Por que não existiram grandes artistas mulheres?”, e este questionamento arrastamos até hoje. Mesmo que alguns centros culturais estejam buscando uma perspectiva decolonial, fazendo recortes de classe, gênero, raça e sexualidades, ainda nos perguntamos se todos estes recortes chegam no interior dos estados ou se ficam apenas nas capitais, mesmo com tantas ferramentas de comunicação. Observamos exposições de arte incoerentes com as demandas sociais locais. E principalmente, a ausência de mulheres na gestão e direção de núcleos culturais. Sim, existiram grandes artistas mulheres, o problema é que quando analisamos valores dentro de uma sociedade machista, temos critérios que naturalmente bem avaliam a prática de homens, e falta de formas para julgar trabalhos que fogem do discurso esperado, das técnicas esperadas, dos sentimentos e expressividades esperadas. Assim, vai marginalizando aquelas que de alguma forma, não correspondem a padrões esperados, linhas esperadas e saberes consolidados. Sim, isso ainda acontece na arte contemporânea, mesmo com tantos avanços. É preciso marcar espaços, confrontar valores, nossa arte é política, subjetiva, expressiva e plural.

Curadoria: Mariane S. Longhi e Pamela Rocha 

Local da exposição: Centro Cultural Acesso Popular, Bauru - SP

Data: 7 de março de 2020 - 14 de março de 2020

MULHERES EM LUTA

1ª EDIÇÃO

Camila Dumas

C.A.A.R Ferraz

Daniele Araújo

Dri

Francine Ferreira

Julia Nogueira

Laís Lacerda

Mari Monteiro

Maria Luiza

Mariane S. Longhi

Mith M.

Nathalia

 Sofia

Stéfanie Ballomi Queiroz

Pâmela Rocha.

Nossos corpos carregam essências, particularidades e histórias.

Da sociedade matriarcal, em que as organizações familiares rondavam a figura da mãe, até a valorização do papel masculino e a submissão da mulher. Caminhos entrelaçados   nos sufocaram, nos prenderam e nos distanciaram até mesmo de quem somos. E como saberemos quem somos, se até mesmo as filosofias que nos ligam à ancestralidade são passíveis de problematização quanto à construção do gênero feminino?! Precisamos ter a certeza de quem somos? E nesse mar de auto investigações nos deparamos com múltiplas faces; somos uma, somos duas, somos quantas quisermos ser, somos mutáveis ou então, fixas em nós mesmas. Identidade, motivo de mortes, nomes citados por aqueles que não conseguem lidar com nossa liberdade, nomes desconhecidos que viram estatísticas, nossos nomes são substituídos por características com más intenções; “Ela tem uma personalidade forte”, “Ela é exótica”, “Ela tem um jeito meio assim….”, “Ela é sapatão”, “Ela é traveco”... E assim se cala mais uma de nós. Não! Hoje, não mais… Nossos corpos, antes de qualquer coisa, é nosso lar, nossa sintonia. Somos guerreiras, somos Sapho, Violet Paget, Lee Krasner, Marina Abramovic, Lygia Pape, Djanira Motta e Silva, Frida Kahlo, Tomie Ohtake, Mira Schendel, Louise Bourgeois, Fayga Perla Ostrower, Adriana Varejão, Yoko Ono, Marielle...  

 

Somos muitas, somos todas, somos mulheres em luta! 

Texto curatorial

Curadoria: Coletivo Mirarte 

Local da exposição: Jardim da Pinacoteca Municipal de Bauru

Data: 9 de março de 2019

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